quinta-feira, 14 de junho de 2012


Como o exercício afeta o cérebro: Idade e genética desempenha um papel importantíssimo nesse aspecto.

O exercício limpa a mente. Ele recebe o bombeamento de sangue e mais oxigénio é fornecido para o cérebro. Isto já é conhecido, mas David Dartmouth Bucci acredita que há muito mais acontecendo, além de um simples bombeamento de sangue. “Nos últimos anos há muitos dados sugerindo que alterações neurobiológicas vêm acontecendo - há muito mais que apenas mecanismos específicos do cérebro trabalhando aqui”, diz Bucci, professor associado do Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro.
Através de seus estudos, Bucci e seus colaboradores têm revelado importantes e novas descobertas: Os efeitos do exercício são diferentes na memória, bem como sobre o cérebro, dependendo de quem esta se exercitando se um adolescente ou um adulto. Um gene identificado parece justamente indicar o grau que o exercício teria efeito benéfico. Isto tem implicações imediatas e importantes para o uso do exercício em potencial para intervenção em doenças mentais.
Bucci começou sua busca na ligação entre exercício e memória com déficit de atenção e hiperatividade (ADHD), uma das doenças psicológicas mais comuns na infância. Bucci preocupa-se justamente com a escolha do tratamento, o uso de medicação. "A noção de bombeamento de sangue em crianças cheias de psico-estimulantes em uma idade precoce é preocupante", alerta Bucci. "Nós francamente não sabemos os efeitos a longo prazo da administração de drogas em crianças com idade muito nova - drogas que afetam o cérebro – Assim, a busca por terapias alternativas se torna claramente importante”.
Evidências anedóticas de colegas da Universidade de Vermont colocaram Bucci na pista do TDAH. Com base em observações de crianças com ADHD em acampamentos de verão em Vermont, atletas ou jogadores da equipe de esportes, foram observadas e responderam melhor às intervenções comportamentais do que as crianças mais sedentárias. Enquanto os dados empíricos sistemáticos não foram tão convincentes, já a associação do exercício com uma redução de comportamentos característicos ADHD foram convincentes o bastante para Bucci. Acoplados com o interesse na aprendizagem e memória e suas as funções cerebrais subjacentes, Bucci e sua equipe de estudantes graduados e graduandos embarcaram em um projeto de investigação científica, investigando a ligação potencial entre o exercício e a função cerebral. Publicaram artigos que documentam os seus resultados, com o que há de mais recente já disponível na versão online da revista Neurociência. Bucci foi rápido em dizer que "ambas as equipes dos cursos de graduação e os alunos graduados foram responsáveis ​​por todo esse trabalho, não ele certamente." Michael Hopkins, um dos estudantes graduado no momento, foi o primeiro autor sobre estas pesquisas.
Logo no início, os ratos de laboratórios que demonstram memória com déficit de atenção e hiperatividade - como comportamento de que o exercício era capaz de reduzir esses níveis de comportamentais. Os pesquisadores também descobriram que os exercícios eram mais benéficos para os ratos fêmeas do que os machos, semelhante de como afeta diferencialmente meninos e meninas com ADHD.

Seguindo em frente, eles investigaram um mecanismo pelo qual o exercício parece melhorar o aprendizado e a memória. Este é o "fator neurotrófico derivado do cérebro" (BDNF) e está envolvido no crescimento dos cérebros em desenvolvimento. O grau de expressão do BDNF no exercício com animais correlacionados positivamente com a melhora da memória, e exercitado como um adolescente e efeitos de longa duração em relação ao a mesmo tempo de duração do exercício, mas feito como um adulto. "A implicação é que exercitar-se durante seu desenvolvimento como seu cérebro está crescendo, você estará alterando o cérebro em harmonia com as mudanças normais em seu desenvolvimento, resultando em ter inervações mais estáveis no cérebro para apoiar melhor coisas como aprendizado e memória", diz Bucci. "Parece importante exercitar-se nos primeiros anos de vida."
“O artigo mais recente de Bucci foi a mudança dos sujeitos da pesquisa de ratos para aplicá-los em seres humanos para tornar os estudos de exercício e memória mais próximos da realidade. Os indivíduos deste novo estudo foram graduandos de Dartmouth e os indivíduos recrutados na comunidade Hanover”. Bucci diz que, "a conclusão realmente interessante foi que, dependendo do genótipo da pessoa para esse fator trófico [BDNF], eles podem ou não colher os benefícios do exercício no aprendizado e na memória. Isto pode significar que você poderá prever quais crianças com ADHD, através do genótipo delas e olhando para seu DNA, quais responderiam ao exercício como um tratamento e quais não".
Bucci conclui que a idéia de que o exercício é ótimo para a saúde, não é uma enorme surpresa. "A questão interessante em termos de saúde mental é como o exercício afeta função cognitiva e funcionamento mental do cérebro." Essa é a pergunta que Bucci e seus colegas continuam a perseguir.

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